A mídia tradicional não está sendo leal e trata do assunto da mesma forma que tratou como baderna as manifestações de julho/2013 Fonte:...

Porque ocupamos, para que ocupar? Uma história além de cortes e merenda.

Por | 18:13:00 Deixe um comentário
A mídia tradicional não está sendo leal e trata do assunto da mesma forma que tratou como baderna as manifestações de julho/2013

Fonte: Ubes

Eu gostaria de propor um teste: que os alunos das universidades, ao final do seu primeiro ano, se submetessem de novo ao vestibular, sem se prepararem. Para ver o que restou de tudo o que tiveram de aprender.
Esse teste mostraria a tolice psicológica e pedagógica que é obrigar os jovens a aprender aquilo que não faz sentido, isto é, os conhecimentos que eles não vão usar como ferramentas.
Aí alguém me contestará: “Mas pode ser que eles venham a usar esses conhecimentos, numa ocasião futura”.
Imagine que você tem uma caixa de ferramentas. Você quer que a sua caixa de ferramentas seja útil para o seu trabalho. Aí você consulta um catálogo de ferramentas e encomenda todas as ferramentas existentes, sob a justificativa de que você, eventualmente, precisará de uma delas. Chegam as ferramentas e você descobre que elas não cabem na sua caixa.
Conclusão: não é possível carregar todas as ferramentas que hipoteticamente se poderá usar na limitada caixa de ferramentas que possuímos e que se chama cérebro. Inteligência não é possuir todas as ferramentas. Inteligência é possuir poucas (para andar leve), e saber onde encontrar as que não se têm, na eventualidade de se precisar delas.
Sabedora não é ter. É saber onde encontrar. – Por uma educação romântica, Rubem Alves.

A ocupação do Centro Paula Souza, pelos estudantes é pautada pela ausência de restaurantes em algumas Etec’s, corte nas verbas, problemas estruturais e suspeita de fraude na compra de comidas para escolas estaduais. Motivos válidos e louváveis.
Ano passado nas escolas estaduais em SP os estudantes se apoiaram no projeto do governo estadual de fechar salas e escolas para realizar as ocupações.
Mas, se aprofundando no tema veremos que o motivo estrutural é mais profundo e problemático.
O modelo de ensino retrógrado da década de 50 dá o tom do quão defasado estão as escolas em relação ao aluno.

No texto citado, Rubem Alves explica que de nada adianta ter várias ferramentas e não saber como usá-las. Aulas didáticas empregando a vontade\aptidão do aluno, já deveria ser uma realidade.
Quantas fórmulas exatas com os nomes mais complexos possíveis, você lembra? Ou pior, usa?
O direcionamento profissional deveria começar no ensino fundamental e sendo aperfeiçoado no médio. Perdemos 15 anos de nossas vidas decorando fórmulas e histórias que talvez nunca usemos.
Do que vale para um engenheiro químico saber que o Egito é banhado pelo rio Nilo, talvez se ele for curtir as férias lá um dia seria até interessante saber disso, mas não seria mais fácil ele buscar essa informação ao invés de passar anos estudando?
O mesmo me refiro à, do que me vale ter aprendido a fórmula de Bháskara, se o que mais faço hoje é escrever palavras e não resolver cálculos.
Aulas mais dinâmicas, que rompessem a barreira dos quatro cantos, atrairiam mais os alunos, diminuiria o alto índice de evasão escolar. Com isso, conseguiriam de certa forma atrair mais os alunos para atividades culturais e dinâmicas, que exercessem as dificuldades e aptidões dos alunos.

Fonte: Diário do litoral
E porque tudo isso acontece?
Os alunos estão entendendo que de nada serve esse tempo mal gasto nas escolas. Enquanto os políticos apresentam gráficos de que a educação brasileira melhorou 0,001%, os alunos sentem que ela está cem vezes pior.
Os profissionais dessa área que são os mais afetados estão vendo cada vez mais medidas sendo tomadas para minar os seus direitos ao mesmo ponto em que seus deveres são cada vez maiores e mais pesados.

O sucateamento do ensino público é um tema debatido há tempos, e que cada vez mais ganha respaldo de que realmente venha a ser uma realidade.
Basicamente consiste em, deixar o pior cenário possível educacional a fim de privatizar a educação pública. O local onde a escola é construída (que na maioria dos casos são áreas que a prefeitura\governo paga aluguel para o proprietário), salários de professores e funcionários públicos concursados da educação, materiais escolares, patrimônios escolares, merenda, entre outros, são gastos que a prefeitura\governo têm com as escolas. Os políticos não podem simplesmente virar as costas e deixar piorar a situação de uma vez, porque isso representaria votos. Mas também não querem dar um jeito na educação, porque o mais interessante agora é privatizar e deixar que alguma outra entidade tome conta, tirando assim o peso das costas.
Mas seria ainda mais danoso, uma vez que a educação é tratada como lucro, ela deixa de ser voltada para a sua base que são os alunos e foca apenas no lucro da empresa. Ou seja, quanto mais rápido e mais barato, melhor.

Os motivos legais pelo qual as ocupações têm acontecido são motivos presentes e válidos. Mas o real problema é implícito, o inimigo tem nome, rosto, partido e até músicas cantadas nas ocupações.

Fonte: Itapira News
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